Laerte Codonho, dono do refrigerante Dolly, recebe pena por corrupção e crime ambiental em São Paulo, abalando a marca.
Condenação em Itapecerica da Serra
Em uma decisão marcante publicada em 14 de março de 2025, a 4ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra, em São Paulo, condenou Laerte Codonho, conhecido por ser o fundador e proprietário da marca de refrigerante Dolly, a 11 anos, 10 meses e 4 dias de prisão. A sentença abrange crimes graves como corrupção ativa, falsificação de documentos e infrações ambientais, evidenciando um capítulo polêmico na trajetória do empresário que transformou a Dolly em um nome icônico no mercado brasileiro de bebidas.
A ação judicial, que teve início em 2020, ganhou força com denúncias do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que apontou irregularidades em um empreendimento imobiliário de Codonho em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo. O caso expõe como decisões empresariais podem cruzar a linha da legalidade, impactando tanto o meio ambiente quanto a reputação de uma marca consolidada.
O Crime Ambiental em Detalhes
O cerne da condenação de Laerte Codonho está ligado a um desmatamento ilegal ocorrido em 2016, em uma área de preservação ambiental de 240 mil metros quadrados. A propriedade, destinada a um condomínio residencial de alto padrão, foi palco de uma intervenção que removeu vegetação nativa da Mata Atlântica sem autorização dos órgãos competentes, como o Ibama e a Cetesb. Esse ato não apenas violou legislações ambientais, mas também causou consequências diretas à população local.
Segundo o MPSP, o desmatamento alterou o fluxo hídrico da região, resultando em inundações que afetaram moradores de São Lourenço da Serra. Além disso, a ação comprometeu a biodiversidade local, destruindo habitats de espécies protegidas. A gravidade do impacto ambiental foi um dos pilares da acusação, reforçando a necessidade de punição exemplar para casos desse tipo.
Corrupção Ativa e Falsificação

Além do crime ambiental, Laerte Codonho foi condenado por corrupção ativa e falsificação de documentos públicos. Após o embargo do empreendimento pela Cetesb em 2016, o empresário teria tentado subornar servidores públicos para liberar a construção do condomínio. Investigações revelaram que ele ofereceu vantagens financeiras a funcionários da prefeitura e da Secretaria do Meio Ambiente, na tentativa de burlar as restrições impostas.
A falsificação entrou em cena quando Codonho apresentou documentos adulterados para justificar a legalidade do projeto. Esses papéis, segundo a promotoria, foram manipulados para ocultar a ausência de licenças ambientais e enganar as autoridades. Tais práticas agravaram a situação do dono do refrigerante Dolly, culminando em uma pena significativa.
Trajetória do Caso na Justiça
O processo contra Laerte Codonho começou em 2020, quando a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do MPSP, tornando-o réu. Desde então, o caso passou por diversas etapas, incluindo a análise de provas como relatórios ambientais, testemunhos de moradores afetados e interceptações telefônicas que confirmaram as tentativas de suborno. A sentença de 14 de março de 2025 marca o desfecho de uma investigação longa e detalhada.
A defesa do empresário, liderada pelo advogado Carlos Eduardo Codonho, anunciou que recorrerá da decisão, alegando que as provas foram mal interpretadas e que Codonho agiu dentro da legalidade. Contudo, o juiz responsável destacou a robustez das evidências, incluindo laudos periciais que comprovaram os danos ambientais e registros das negociações ilícitas.
Impacto na Marca Dolly
A condenação de Laerte Codonho lança uma sombra sobre o refrigerante Dolly, uma marca que, desde os anos 1980, conquistou o público brasileiro com seu sabor característico e campanhas publicitárias memoráveis. Embora a empresa não esteja diretamente envolvida no processo, a associação do nome de Codonho à Dolly pode afetar a percepção dos consumidores e parceiros comerciais, especialmente em um mercado competitivo dominado por gigantes como Coca-Cola e Pepsi.
Analistas de mercado apontam que o caso pode gerar um impacto financeiro significativo, com possíveis quedas nas vendas e desafios para manter a reputação da marca. Ainda assim, a Dolly segue operando normalmente, sob a gestão de outros executivos, enquanto Codonho enfrenta as consequências judiciais de suas ações pessoais.
Consequências Ambientais e Sociais
O desmatamento promovido por Laerte Codonho não foi apenas uma infração legal; ele deixou marcas profundas em São Lourenço da Serra. As inundações causadas pela remoção da vegetação nativa destruíram propriedades, interromperam o acesso a estradas e prejudicaram a agricultura local. Moradores relataram perdas materiais e um aumento na incidência de doenças relacionadas à água contaminada após as enchentes.
Ambientalistas celebraram a condenação como um precedente importante, destacando que a punição reflete uma postura mais rígida contra crimes ecológicos. A área desmatada, agora sob proteção judicial, está em processo de recuperação, mas especialistas estimam que a regeneração completa da Mata Atlântica levará décadas, evidenciando o custo de longo prazo das ações do empresário.
O Passado Conturbado de Codonho
A trajetória de Laerte Codonho já era marcada por controvérsias antes deste caso. Em 2018, ele foi preso por sonegação fiscal e fraude em um outro processo relacionado à gestão da Dolly, sendo liberado posteriormente. Esses episódios pintam o retrato de um empreendedor audacioso, mas que frequentemente desafia os limites legais em busca de seus objetivos.
No entanto, o caso atual é considerado o mais grave, tanto pelo impacto ambiental quanto pela tentativa de manipular o sistema público. A soma desses eventos reforça a narrativa de um homem que, apesar de construir um império com o refrigerante Dolly, viu sua reputação ser manchada por decisões questionáveis.
Perspectivas para o Futuro
Com a possibilidade de recorrer em liberdade, Laerte Codonho e sua equipe jurídica planejam contestar a sentença nos tribunais superiores. Especialistas acreditam que o processo pode se arrastar por anos, mas a decisão inicial já estabelece um marco na luta contra a corrupção e a degradação ambiental no Brasil. Enquanto isso, o empresário está afastado da gestão direta da Dolly, que busca se desvincular da imagem negativa associada ao caso.
A sociedade, por sua vez, acompanha o desdobramento com interesse, vendo na punição um sinal de que a impunidade pode estar com os dias contados, mesmo para figuras influentes do setor privado.
A condenação de Laerte Codonho por corrupção e crime ambiental é um divisor de águas, não apenas para o futuro do refrigerante Dolly, mas para o cenário empresarial brasileiro como um todo. O caso destaca a importância de práticas éticas e sustentáveis, mostrando que ações irresponsáveis têm consequências severas. Enquanto a marca tenta se reinventar e a justiça segue seu curso, a história serve como um lembrete poderoso: o sucesso duradouro depende de integridade, e o custo da ganância pode ser alto demais para se pagar.
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Fonte: Internet