ChatGPT enfrenta instabilidade em 30/03/2025 após febre de imagens Ghibli com GPT-4o, gerando debate sobre IA e direitos autorais.
Instabilidade no ChatGPT Após Atualização
Neste domingo, 30 de março de 2025, o ChatGPT enfrentou interrupções significativas, deixando milhões de usuários sem acesso ao serviço. A falha, reportada por volta das 10h (horário de Brasília), foi confirmada pela OpenAI, que atribuiu o problema ao uso intenso de sua nova ferramenta de geração de imagens, integrada ao modelo GPT-4o. Lançada na terça-feira, 25 de março, a funcionalidade permite criar imagens realistas e estilizadas, mas a popularidade inesperada sobrecarregou os servidores da empresa.
Sam Altman, CEO da OpenAI, usou o X para explicar a situação: “Nossas GPUs estão derretendo. A demanda por imagens no ChatGPT superou nossas expectativas”. Ele anunciou limites temporários de uso, com o nível gratuito restrito a três gerações diárias, enquanto a empresa otimiza a infraestrutura. A instabilidade expôs os desafios de escalar tecnologias de IA em tempo real.
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A Febre das Imagens no Estilo Ghibli
O gatilho da crise foi a viralização de imagens geradas no estilo do Studio Ghibli, famoso por animações como “A Viagem de Chihiro” e “Meu Amigo Totoro”. Usuários do ChatGPT começaram a transformar fotos pessoais, memes e cenas famosas em ilustrações reminiscentes do trabalho de Hayao Miyazaki, cofundador do estúdio japonês. A ferramenta GPT-4o, descrita pela OpenAI como “o gerador de imagens mais avançado até agora”, impressionou pela precisão e capacidade de replicar estilos artísticos complexos.
Altman alimentou a tendência ao trocar sua foto de perfil no X por uma versão Ghibli de si mesmo, enquanto milhares de postagens inundaram redes sociais como X e Instagram. De retratos de pets a recriações de eventos históricos, a “Ghiblificação” tornou-se um fenômeno global em menos de 48 horas, mas também revelou os limites técnicos da OpenAI, com quedas frequentes do ChatGPT reportadas mundialmente.
O Pesadelo de Miyazaki com IA
Enquanto usuários celebravam a criatividade do ChatGPT, a tendência reacendeu um debate ético. Hayao Miyazaki, ícone da animação japonesa, já havia expressado repulsa pela inteligência artificial em 2016, ao assistir a uma demonstração de animação gerada por IA. “Fiquei completamente enojado. Isso é um insulto à vida”, declarou na época, rejeitando qualquer uso da tecnologia em suas obras. Sua visão artesanal, baseada em desenhos manuais, contrasta diretamente com a automação do GPT-4o.
A ironia não passou despercebida. Fãs de Miyazaki criticaram a OpenAI por “roubar” o estilo Ghibli, enquanto outros apontaram que o estúdio, fundado em 1985 por Miyazaki, Takahata e Suzuki, nunca autorizou tal uso. Posts no X, como o do usuário @tiagodpaulo, sugeriram que Miyazaki poderia abrir um processo contra a empresa, destacando o desrespeito a um legado construído ao longo de décadas.
Tecnologia por Trás do GPT-4o
A nova funcionalidade do ChatGPT foi introduzida pela OpenAI como um marco na geração de imagens por IA. Diferente do DALL-E 3, que operava separadamente, o GPT-4o integra texto e imagem nativamente, permitindo que usuários façam upload de fotos e solicitem alterações estilísticas com prompts detalhados. A OpenAI destacou sua capacidade de renderizar textos precisos, seguir instruções complexas e criar outputs fotorrealistas ou estilizados, como os do Studio Ghibli.
O modelo é “omnimodal”, ou seja, combina várias formas de dados – texto, imagens, áudio e vídeo – em uma única estrutura. Isso o torna mais versátil que seus antecessores, mas também mais exigente em termos de poder computacional. A empresa admitiu que subestimou o impacto da demanda, especialmente após a viralização das imagens Ghibli, que exigem processamento intenso de GPUs.
Questões de Direitos Autorais
A popularidade do recurso levantou preocupações sobre direitos autorais. Embora a OpenAI afirme que o ChatGPT bloqueia solicitações que violem políticas de conteúdo, como deepfakes ou materiais explícitos, a replicação de estilos de estúdios famosos permanece em uma área cinzenta legal. Especialistas, como Josh Weigensberg, da Pryor Cashman, questionam se o modelo foi treinado com obras protegidas do Studio Ghibli sem licença, o que poderia configurar infração.

A OpenAI não revelou os dados usados para treinar o GPT-4o, mas implementou restrições parciais após a onda inicial de imagens Ghibli. Solicitações diretas por “estilo Studio Ghibli” passaram a ser bloqueadas na versão gratuita, enquanto assinantes pagos ainda conseguem resultados semelhantes com prompts criativos. Artistas como Karla Ortiz, que processa outras empresas de IA por uso indevido de obras, classificaram a prática como “exploração” do legado de Miyazaki.
Impacto nos Usuários e na OpenAI
A instabilidade do ChatGPT frustrou usuários, especialmente os da versão gratuita, que enfrentaram mensagens de erro como “serviço indisponível” ao longo do sábado, 29 de março. Assinantes pagos (Plus, Pro e Team) tiveram acesso mais estável, mas também relatam atrasos. A OpenAI planeja expandir o recurso para usuários Enterprise e Edu na próxima semana, mas a crise expôs a necessidade de investimentos em infraestrutura.
Para a empresa, o episódio é um teste de resiliência. Apesar do sucesso técnico do GPT-4o, a sobrecarga revelou fragilidades na escalabilidade. Altman prometeu melhorias rápidas, mas analistas sugerem que o incidente pode afetar a confiança na OpenAI, já alvo de críticas por questões éticas e processos de grandes editoras, como o The New York Times, por uso não autorizado de conteúdo.
Reações do Público e da Indústria
A febre Ghibli gerou reações mistas. No X, enquanto alguns celebravam a criatividade do ChatGPT, outros o chamaram de “AI slop” – conteúdo artificial sem alma. Um usuário escreveu: “Miyazaki não passou a vida criando um estilo único para ser reduzido a memes por IA”. A Casa Branca também entrou na polêmica, postando uma imagem Ghibli de uma imigrante detida, o que gerou acusações de insensibilidade.
Na indústria, mais de 400 artistas, incluindo nomes como Ben Stiller, pediram ao governo dos EUA que regulasse o uso de obras protegidas por IA. A OpenAI, por sua vez, defende que “estilos amplos” não são protegidos por copyright, mas a falta de transparência sobre os dados de treinamento mantém o debate aceso.
O Futuro da Geração de Imagens por IA
O sucesso e os problemas do GPT-4o mostram o potencial e os desafios da IA criativa. Para além do ChatGPT, a ferramenta pode revolucionar design, publicidade e entretenimento, criando desde infográficos até mockups de produtos. Contudo, a OpenAI precisará equilibrar inovação com responsabilidade ética e técnica para evitar crises futuras.
A tendência Ghibli também inspirou concorrentes. O Gemini Flash, do Google, já teve sua própria onda viral em março, enquanto empresas como Midjourney enfrentam processos semelhantes. O futuro dependerá de como a indústria navegará entre a democratização da criatividade e o respeito aos criadores originais.
Reflexos no Brasil e no Mundo
No Brasil, a queda do ChatGPT afetou estudantes e profissionais que dependem da ferramenta para tarefas diárias. A febre Ghibli, embora menos expressiva localmente, gerou curiosidade sobre como a IA pode impactar a cultura nacional. Quer saber mais sobre o futuro da tecnologia? Confira: Profissões do Futuro no Brasil | Prepare-se para 2025.
Explore como inovações como o GPT-4o estão moldando o mercado de trabalho e a criatividade no país.
A interrupção do ChatGPT em 30 de março de 2025 marca um ponto de inflexão para a OpenAI. A explosão de imagens no estilo Ghibli, impulsionada pelo GPT-4o, destacou o poder da IA criativa, mas também expôs suas fragilidades técnicas e éticas. Enquanto a empresa corre para estabilizar seus servidores, o mundo assiste a um embate entre inovação tecnológica e o respeito ao legado artístico, com Miyazaki e o Studio Ghibli no centro de uma discussão que está longe de acabar.
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