Governo Lula em PE: Aprovação cai e 2026 se aproxima

Queda de popularidade em Pernambuco

Em Pernambuco, o governo Lula vive um momento de reavaliação popular. Segundo levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado em 14 de março de 2025, a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu para 52,5%, enquanto a desaprovação alcançou 43,7%. Esses números contrastam com os 67% de votos que Lula obteve no estado durante o segundo turno das eleições de 2022, indicando uma perda significativa de apoio em um reduto historicamente petista.

Outro estudo, realizado pelo PoderData entre 9 e 11 de março de 2025, aponta uma queda ainda mais acentuada, com o apoio ao governo Lula despencando para 45%, ante os 65% registrados na eleição. A margem de erro de 3,5 pontos percentuais reforça a tendência de declínio, sugerindo que fatores como a percepção econômica e promessas não cumpridas estão impactando a base eleitoral pernambucana.

Fatores da desaprovação crescente

A redução na aprovação do governo Lula em Pernambuco pode ser atribuída a uma combinação de desafios econômicos e expectativas frustradas. A pesquisa PoderData revelou que 51% dos pernambucanos consideram o Brasil na “direção errada”, um aumento de 10 pontos desde dezembro de 2024. Além disso, 47% avaliam a economia como “pior” em relação ao governo anterior, enquanto apenas 28% a veem como “melhor”. Esses dados refletem uma insatisfação crescente com a gestão petista.

Analistas apontam que a inflação persistente, especialmente nos preços dos alimentos, e a falta de avanços visíveis em áreas como saúde e segurança pública estão entre os principais motivos. Apesar de programas sociais como o Bolsa Família manterem alguma sustentação ao governo Lula, a percepção de estagnação econômica tem pesado mais na opinião pública pernambucana.

Lula ainda lidera para 2026

Apesar da queda na aprovação, o governo Lula mantém vantagem nas intenções de voto para as eleições de 2026 em Pernambuco. Um levantamento da Paraná Pesquisas, realizado entre 27 de fevereiro e 4 de março de 2025, mostra Lula com 47,8% das intenções no primeiro turno, à frente de Jair Bolsonaro (24,9%), que permanece inelegível, e de Tarcísio de Freitas (10,8%). Outros nomes, como Pablo Marçal (2,7%) e Ronaldo Caiado (2,2%), aparecem com percentuais modestos.

Em um cenário de segundo turno, Lula alcança 57,9% contra 33% de Tarcísio, consolidando sua força eleitoral no estado. Esses números sugerem que, embora a popularidade do governo Lula esteja abalada, a memória de conquistas passadas e a falta de um adversário consolidado ainda o posicionam como favorito entre os pernambucanos.

Perfil dos apoiadores e críticos

A pesquisa da Paraná Pesquisas detalha o perfil dos eleitores em Pernambuco. O governo Lula encontra maior respaldo entre mulheres (56,8% de aprovação), pessoas com ensino fundamental (61,8%) e faixas de renda de até dois salários mínimos (61%). Por outro lado, a desaprovação é mais alta entre homens (47,6%), eleitores com ensino superior (52%) e aqueles com renda acima de cinco salários mínimos (50,8%).

Entre os evangélicos, um grupo crescente no estado, a desaprovação chega a 51,2%, enquanto católicos mantêm apoio sólido, com 58,7% aprovando o governo. Esses recortes mostram que a base tradicional do PT ainda resiste, mas há fissuras em segmentos que podem ser decisivos em 2026.

Comparação com outros Estados

A situação do governo Lula em Pernambuco não é isolada. Em estados como Bahia e São Paulo, a desaprovação também cresceu, segundo a Quaest, atingindo 51% e 69%, respectivamente, em fevereiro de 2025. No entanto, Pernambuco mantém uma aprovação superior à média nacional, que, pela AtlasIntel, está em 47,8% contra 49,8% de desaprovação em janeiro de 2025. Isso indica que o estado ainda é um ponto de resistência para o petista, mesmo com a erosão de apoio.

No Nordeste, onde Lula historicamente domina, a aprovação caiu de 73% em outubro de 2024 para 65% em dezembro, segundo a Quaest. Pernambuco, portanto, segue a tendência regional, mas com uma queda mais pronunciada, refletindo desafios locais e nacionais enfrentados pelo governo Lula.

Impacto político e estratégias

A perda de popularidade em Pernambuco coloca o governo Lula em alerta. O estado, com 6,7 milhões de eleitores, é um termômetro do Nordeste, região crucial para o PT. Especialistas sugerem que o governo precisa intensificar investimentos em infraestrutura e geração de empregos para reverter o quadro. Projetos como a Transnordestina, ainda em andamento, poderiam ser acelerados para reacender o apoio local.

Além disso, a comunicação do governo Lula tem sido criticada. A pesquisa PoderData mostrou que 65% dos pernambucanos acreditam que promessas de campanha não foram cumpridas, um índice que subiu 10 pontos desde o início do mandato. Melhorar a narrativa e destacar conquistas concretas será essencial para reconquistar a confiança perdida.

Perspectivas para 2026

Olhando para 2026, o governo Lula enfrenta um cenário de polarização em Pernambuco. Apesar da liderança nas pesquisas, o avanço de nomes como Tarcísio de Freitas, que cresceu de 8,2% para 10,8% em seis meses, indica que a oposição pode ganhar terreno. A inelegibilidade de Bolsonaro, confirmada até o momento, mantém o campo aberto, mas a direita busca um substituto competitivo.

• Lula: 47,8% no primeiro turno, 57,9% no segundo.
• Tarcísio: 10,8% no primeiro turno, 33% no segundo.
• Bolsonaro: 24,9% (inelegível).

A estabilidade relativa de Lula em Pernambuco contrasta com a volatilidade nacional, onde ele enfrenta empate técnico com adversários em alguns cenários. A chave para 2026 será recuperar o apoio perdido sem alienar outras regiões.

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